Numa doce palavra, num doce sorriso que nos une, num olhar penetrante entre duas pessoas, aconchegas-me a alma perdida na solidão.
A cada dia que nasce, tento esquecer a longínqua distância que nos separa e que impede a nossa troca de olhares que vale mais do que infinitas palavras, trocadas a milhas de distância.
Tenho uma dor que não é uma dor qualquer, mas sim, uma dor sentida por não te poder ver, uma dor perdida num porto distante que trouxeste, na corrente forte de uma maré só tua no dia em que partiste, contra a qual, estou impossibilitada de remar. Eu tento. Mas acabo por me perder.
Perco-me num sussurro da tua voz e mergulho no embalo da tua ternura que me segreda tudo o que eu não quero esquecer. Agarro-me a um fio invisível que nos une, porque é a única forma de te sentir perto de mim.
Tenho saudades daquilo que era e que partiu, daquilo que foi, de tudo o que nos uniu. Limito-me a esquecer a dor do tempo infinito de não te ter agora.
Mas o agora é mais longo que todo o sempre, distante..
Distante de ti...